domingo, 18 de outubro de 2009

Garota


E um dia ela quis saber o que era o amor. E saiu disposta a encontrá-lo.

Claro, uma vez que queria, não o encontrou.

Mas um dia, não mais que de repente ele, sim, o amor a encontrou.

Cena de filme. Ela perdida, ele ali a observando. Até que ela o notasse.

Mas não, essa história de amor não começou no momento em que ela o encontrou, ou nem que ele se deixou encontrar. Já haviam se encontrado antes, muito antes de se encontrarem.

Naquela noite tinha ela, 13 anos.

Jovem, bonita, aventureira, inexperiente, sedutora e misteriosa.

Disse a ela, o amor, algum tempo mais tarde que já havia há encontrado em outrora. Mas que não se aproximou por achar que o seu gostar não teria validade naquele contexto. Esperei então o momento oportuno para chegar, disse o amor. E ele enfim chegou, não foi amor!? Disse ela satisfeita. Respondeu então o amor: Não sei, até hoje tento me perguntar. Mas não tive coragem. Quem sabe o velho tempo não nos dirá. É, quem sabe, disse ela confusa. E eu a observar, pus-me a pensar. Será, caro tempo, que o nosso saber seria o não saber, para não se arrepender? Não sei o tempo não quis me contar, não por agora. Não por agora. Jovem demais, sensível demais, confusa demais, achava eu que pudesse tudo, ter o mundo e mais, um mundo só nosso. Aquele conhecer foi de um olhar, uma palavra, uma fotografia e um adeus. Adeus, amor. Não sabia que o seria, mas seria.

“Amores”, saídas, pessoas... Sentimentos confusos e sem coração.

Só uma espera, por ele, o amor.

Muito desejava, pouco encontrava. Um pedido fora feito: gostaria de um amor? Daqueles que dá pra vender num comercial de tv. Destino... Onde te escondes, que não vens me trazer um lindo amor ao entardecer? Misturava fictício com realidade, amor com paixão, excitação com ódio, desejos com compreensão. Era sim uma linda garota por dentro e por fora; Seu defeito? Ah, o seu defeito... Sempre foi nunca saber ao certo, nunca sentir ao certo, nunca ser totalmente algo, nunca ser totalmente ela mesma, nunca ser totalmente, verdadeiramente, não o que deveria, mas o que queria ser. Tinha sonhos, não sabia realizá-los, tinha segredos, não sabia guardá-los, tinha desejos, não sabia como realizá-los. Triste fim de um começo sem aurora de outro dia. E o acaso lhe veio visitar, junto com o amor e a esperança.


Por E.

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